Raça portuguesa, autóctone, oriunda do Alentejo.

A exemplo dos restantes países da Europa onde existe cultura de pastoreio, também em Portugal se desenvolveu uma notável raça de condução de rebanhos. De excepcional inteligência, o Cão da Serra de Aires é, provavelmente, o mais versátil de todos os cães das raças de pastoreio. Desde ovinos, caprinos, passando pelo gado cavalar, bovinos, suínos, pastoreia tudo, até gansos, patos e galinhas.

São generalizados os comentários, de quem bem conhece a raça, que, em passeios familiares, o sentimento é de que o Cão da Serra de Aires até pessoas "pastoreia". De facto, o seu carácter funcional é tão apurado e desenvolvido, que o seu incessante volteio em torno de grupos familiares, ou de amigos, chama a atenção. A sensação com que se fica, é que o cão demonstra uma enorme preocupação em manter unido qualquer grupo de que faça parte ou está inserido. Assume rapidamente, e sem que o mandem, comportamento de guarda e de protecção.

Notável também, é a sua dedicação ao dono. Cão de um só dono, é ele quem escolhe a quem deve obediência. Seria mais correcto dizer, presta contas, pois é esse sentimento que emerge, quando, após mais um incessante carrossel de controle e de verificação, ele se chega ao dono como que a perguntar: - Mais alguma coisa? Está tudo bem? Nada é preciso dizer, pois ele bem sabe ler o olhar de aprovação. Com atitudes daquelas, a reprovação não tem espaço nem lugar.